Ciça trabalha em um processo de fazer e desfazer, adicionando e removendo tinta da tela para criar camadas de gestos e significado. As espatuladas  são pequenas, repetitivas e lentas, criando um efeito de transparência e profundidade. O gesto da artista é fundamental em sua obra, pois é através dele que Ciça cria a textura e a emoção da pintura.

Seus gestos são pequenos e fragmentados, evitando impor um efeito específico ao observador e convidando-o a explorar a obra em detalhes. Ciça se envolve com a tradição da paisagem, mas a desfaz por meio da brevidade de seus gestos e da pequena escala de suas obras. Sua obra é uma reflexão sobre a história da arte e a tradição, mas também uma forma de criar algo novo e pessoal.

A obra de Ciça convida o observador a se deter na superfície da tela e a explorar os detalhes da pintura. À medida que o observador se aprofunda na obra, ele pode experimentar uma sensação de intimidade e conexão com a artista. A técnica de Ciça pode ser vista como uma forma de esgrafito emocional, onde a remoção e adição de tinta criam uma textura emocional e uma profundidade que convida o observador a refletir sobre a obra e sobre si mesmo.